terça-feira, 4 de abril de 2017

Dancing Brasil coloca Xuxa numa inédita posição de coadjuvante


Crítica do UOL:

Acostumada a ser protagonista dos programas que assina, a apresentadora Xuxa Meneghel aparece, pela primeira vez, como coadjuvante na atração que conduz. Ao estrear seu Dancing Brasil na noite de ontem (03), na Record TV, a loira surgiu como âncora e transformou-se em “escada” para fazer os participantes do concurso de dança brilharem.

O novo papel vem bem a calhar num momento em que Xuxa tateia em busca de uma reinvenção na TV. Após o naufrágio de seus dois últimos programas, TV Xuxa da Globo, e Xuxa Meneghel da Record, ficava claro que a apresentadora ainda não conseguia se colocar como uma comandante de um programa de entretenimento adulto e/ou familiar. E o principal motivo para isso sempre foi o fato de suas atrações serem excessivamente focadas nela mesma, sobretudo na nostalgia dos tempos em que era a “rainha dos baixinhos”, no auge do sucesso do Xou da Xuxa.


Por isso mesmo, foi uma ideia interessante da direção da Record de lhe dar uma atração de formato fechado. Se o extinto Xuxa Meneghel pecava pela falta de roteiro e boas atrações, o Dancing Brasil tem um propósito muito mais claro e definido. Cabe a ela, portanto, ser apenas a “ponte” entre os participantes e as apresentações. Na estreia, com um programa pré-gravado e bastante cheio de performances, Xuxa apareceu bastante contida e sem dizer muito a que veio, embora não tenha decepcionado. Estava correta. A expectativa, assim, é que, passado o nervosismo da estreia, e com a oportunidade de fazer ao vivo, que ela imprima sua marca neste seu novo contexto. Agora, sim, ela tem uma oportunidade real de reinvenção. Por tudo o que representa na TV, espera-se que consiga.

Sobre o programa em si, não é muito diferente do Dança dos Famosos, da Globo, mas aqui numa versão um tanto mais extensa. A produção é caprichadíssima, o corpo de jurados é interessante e as primeiras apresentações foram bastante criativas. É fácil se envolver com o participante, sobretudo quando são mostradas cenas dos ensaios que ressaltam suas dificuldades. Assim, a apresentação acontece quase como um momento de superação. O elo mais fraco é Sérgio Marone, ainda bastante robótico. Ele parece “interpretar” um repórter, soando pouco natural. Pena que a Record dispensou Nanny People, repórter do antigo programa de Xuxa. Já pensou se fosse ela no lugar de Marone? Seria um diferencial e tanto.


Dancing Brasil, assim, mostrou-se uma boa estreia da Record. Mas se vai emplacar ou não, só nos resta esperar o fim do Big Brother Brasil para saber. Afinal, as atenções ainda estão voltadas ao reality da Globo. Mas tem boas chances de empolgar.