quarta-feira, 1 de março de 2017

Xuxa comenta atitude da globo: "São 28 anos guardados. Guardados, numa caixinha. "Chateada" não é a palavra. Eu respeito."


Perto de um córrego que fede a esgoto na concentração da Sapucaí, Xuxa dá um gritinho olhando para o celular. "Oi, amooor!" É Sasha, de Nova York, onde mora, que fala com a mãe por vídeo. A apresentadora está prestes a desfilar pela Grande Rio, na homenagem a Ivete Sangalo, no domingo (26).

"Olha, Sassá, como eu tô, ó. Viu? Tô de Eva. Viu?." Manda um beijo, desliga. E conversa com a coluna da jornalista Mônica Bergamo da Folha de São Paulo.

Você não vem à Sapucaí há muito tempo.

Não gosto mais de Carnaval. Porque o Carnaval é a melhor festa para a minha mãe e como ela agora não tá mais curtindo, eu deixei de... Hoje ela está acamada [com mal de Parkinson], não fala, não anda, não vê direito mais as coisas. Ela via todas as escolas. Meu pai também tá no hospital. Só tô vindo por causa dela [Ivete].


Viu o caso de agressão envolvendo o cantor Victor?

A gente não sabe muito sobre o assunto, sabe o que está lendo. E o que eu falei com ele... Eu só dei força. Ele sabe que, se quiser a minha ajuda, vai ter.

Será que a Globo vai mostrar você?

Acho que não [rindo]. [A emissora mostrou a apresentadora por 8 segundos durante o desfile.]

E como você se sente?

[Ri e dá de ombros] 28 anos guardados. Guardados, numa caixinha. "Chateada" não é a palavra. Eu respeito.


A plateia deve vibrar com você.

Tu acredita nisso? Hoje o dia é só dela. Eu tô aqui para ela. Tenho paixão. É minha única amiga no mundo artístico. Porque é um querendo derrubar o outro.

Já se insinuou que vocês até tiveram um caso.

[A assessora interrompe: "Ah, pelo amor de Deus...!"] Deixa ele perguntar, uai [risos]. Ivete já respondeu, de uma maneira que eu não posso, porque eu trabalho para criança. [Ivete disse que "isso é um objeto um pouco de tesão, de ficar pensando em Ivete e Xuxa ali, poeira e ilariê"]. Sinto muito. Porque hoje em dia gostar de alguém, como eu gosto, realmente, as pessoas não entendem.

Ivete surge como um tiro na concentração da escola, para não ser parada pela multidão. Nem os seguranças conseguem acompanhar a corrida.

Esbaforida e suada, ela sobe no carro, se troca, se benze e volta à avenida.